Quando se fala em infertilidade, as atenções sempre se voltam para mulheres acima dos 35 anos, que deixaram a gravidez em segundo plano, e quando decidem ter um bebê, passam a enfrentar algumas barreiras.
No entanto, essas barreiras começam a ser formadas enquanto a mulher é jovem e não se preocupa com alguns (maus) hábitos que podem comprometer a sua fertilidade no futuro.
A maioria das pessoas sabe dos perigos que o álcool e o cigarro podem trazer para a saúde. O que muita gente não sabe é que estes e outros hábitos podem ser nocivos também para a fertilidade. Algumas pessoas decidem simplesmente não ter filhos e isso é cada dia mais comum. Mas há uma grande diferença entre não querer e não poder engravidar. Por isso, mesmo que hoje a mulher não esteja pensando em engravidar é importante saber o que pode colocar a sua fertilidade em risco.
Cigarro, álcool e drogas acarretam em diversas alterações hormonais, anomalias no ovário e, consequentemente, na qualidade dos óvulos, que passam a ser produzidos em menor escala, com defeitos genéticos e podem chegar a não ser produzidos.
Maus hábitos alimentares, estresse, excesso de peso ou magreza excessiva e sedentarismo são outros fatores que dificultam a concepção, porque alteram a produção de hormônios, no caso do excesso ou escassez de peso, que inibem a produção de óvulos e o corpo reage como se fosse um controle de reprodução. Em contrapartida, o excesso de exercícios físicos também causa ausência de ovulação (amenorreia).
Embora sejam hábitos que causem estragos no corpo da mulher, ainda são passíveis de recuperação. No entanto existem fatores que podem comprometer a fertilidade da mulher para sempre: é o caso das DSTs e o câncer. Enquanto as consequências das DSTs podem comprometer os órgãos reprodutores da mulher e a única solução ser a fertilização in vitro, os tratamentos do câncer – quimioterapia e radioterapia – deixam a mulher sujeita à perda da fertilidade para sempre.
Neste caso, os médicos indicam o congelamento de óvulos para que, assim que terminar o tratamento e ela queira engravidar, consiga sucesso na fertilização. No entanto, esse processo gera algumas polêmicas quando associado apenas à possibilidade de deixar a gravidez para depois, no caso de mulheres saudáveis.
A polêmica gira em torno das baixas taxas de sucesso do processo. Ainda que a técnica tenha tido avanços significativos – caso da vitrificação, que diminui o tempo de congelamento dos óvulos para segundos e utiliza uma substância líquida que não deixa que a água no interior da célula vire gelo – a probabilidade de nascer um bebê saudável a partir de óvulos congelados é de apenas 20% (para mulheres entre 35 e 40 anos).
Essa taxa pode ser considerada desvantajosa frente ao investimento financeiro para congelar óvulos e fazer a manutenção e também em comparação à taxa de sucesso da fertilização in vitro com óvulos frescos, que atualmente está na casa de 35 a 40% de resultados positivos, em mulheres da mesma faixa etária.
Trata-se ao mesmo tempo de uma questão de cuidados com o copo e sorte de não ser vítima de uma doença que requer um tratamento que vá deixar a mulher infértil. Cabe a cada mulher avaliar se vale a pena correr o risco de estar nos 20% de mulheres grávidas graças ao congelamento de óvulos ou a uma taxa maior de sucesso, com a fertilização tradicional.
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