domingo, 22 de janeiro de 2012

DPC (Depressão Pós Casamento) Isso existe, eu garanto!

Ainda me lembro do primeiro dia de vida nova. Após 15 dias da lua de mel fui ver meus pais, avós e comecei a semana na minha nova casa: coisas para instalar, presentes ainda para abrir, ambientação na casa, detalhes inúmeros que ainda faltavam para nossa casinha ficar aconchegante.

Nesse momento pudemos dizer “enfim, sós” ao mesmo tempo de “lar doce lar”, só que algo diferente aconteceu: um vazio, uma tristeza misturada com alegria! Mas como isso era possível depois de realizar um grande sonho e estar ao lado do grande amor da minha vida?

De repente eu tinha uma nova vida, uma nova casa e não tinha mais que realizar o sonho do casamento, eu teria que sustentar o dia a dia com amor, amizade, confiança “até que a morte nos separe” e isso, de início, me parecia bem mais difícil e bem menos empolgante do que os preparativos de nossa celebração matrimonial!

Um estudo já mostrou que um em cada dez pares de noivos recentes, ao “caírem na real” da vida de casados ficaram perdidos e até certo ponto tristes. Esse comportamento ganhou o nome de “post wedding blues” (depressão pós nupcial). Este estado de espírito pode durar meses, deixando os afetados desiludidos, confusos e até levando-os a questionar se o casamento não teria sido um erro! Mas, essa sensação de vazio é normal.

O custo do casamento não é só financeiro

Financeiro: A agência de estudos de mercado Mintel calculou que, em 2004, o custo médio de um casamento (celebração e festa) fica pouco abaixo de 16 mil euros, um acréscimo de cerca de 50 por cento relativamente a 1998. Isto significa que muitos casais vivem os primeiros tempos (meses, anos…?) de braços com dívidas contraídas para conseguir realizar o casamento com que sonharam. Por isso, os planos de decoração da nova casa ou de férias no exterior tornam-se uma impossibilidade financeira. Frequentemente, os jovens casais veem o seu nível de vida substancialmente reduzido, quando comparado com os anos de namoro: programas antes habituais como jantar fora, ir ao cinema ou fazer um fim de semana romântico de vez em quando passam a ser um luxo inacessível.

Físico: normalmente, a ansiedade atinge níveis inéditos nas vésperas e no próprio dia do casamento. Mas o estresse começa muito antes. Preparar um casamento é quase um (segundo) emprego que se prolonga durante meses (não é mesmo noivinhas?). Tudo isto culmina com a adrenalina do dia “D”. Quando finalmente você tem a oportunidade de descontrair, os casais descobrem que estão exaustos. Este cansaço deixa o sistema imunológico enfraquecido e o organismo vulnerável aos vírus mais variados.

Emocional: o maior investimento em um casamento é, ainda assim, o emocional. A festa precisa ser perfeita nos mínimos detalhes. Mas a realidade é bem diferente e as pequenas desilusões são quase inevitáveis. É uma montanha russa de sentimentos intensos que, quando a música acaba, dá lugar ao vazio. É tempo de voltar às rotinas da vida como ela é. E isso pode ser duro.  O choque de realidade e a desaceleração após o grande evento podem até dificultar a adaptação na nova vida, mas não podem nunca mascarar o amor (ou a falta dele!) que fez duas pessoas ficarem juntas para o resto da vida. Devemos lembrar que, esta será apenas a primeira das muitas montanhas russas que o casal terá que enfrentar na vida.
Acho que a  minha “estranheza” com a nova vida durou quase oito meses. Mas minha válvula de escape foi o amor pelo meu marido e o fato de comemorar todos os anos cada boda, desde o 1o ano. Isso me fez sentir mais viva.

Mas e você? Já está se preparando para este momento?
Este é o momento em que as “ex-noivas”, agora esposas, percebem que tomaram uma decisão de enorme responsabilidade. Antes da festa, estavam ansiosas e enlouquecidas demais com os preparativos e não tinham tempo para pensar. Se não encontram as respostas, a tristeza pode evoluir para depressão. Nesses casos, elas se decepcionam com a vida a dois, o casamento ou o marido. Sentem-se frustradas, confusas e dificilmente conseguem enxergar outra saída que não seja a separação.
Ainda não existem números oficiais de relatos desse tipo no Brasil. Nos Estados Unidos, onde o fenômeno é conhecido como “post wedding blues”, estima-se que 5% das recém-casadas apresentem um grau avançado de tristeza. Embora a depressão pós-núpcias faça com que as mulheres se sintam encurraladas, não é um sinal de que a relação está fadada ao fracasso. É um sentimento normal, resultado de uma época em que as mulheres podem questionar se a escolha de casar é certa!
Queridas noivas: não fiz esta matéria para deixar ninguém triste, viu? Aproveitem muito os preparativos e o dia “D”, por que o tal vazio é supernormal aparecer, só não deixem que ele ocupe toda a relação e o casamento em si, ok?



Fontes:
Amanda Accioli Salusse é advogada, apaixonada por casamentos
www.amandicaindica.com.br

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